Nunca os botecos de Ribeirão Preto estiveram tanto em evidência como no mês de junho. Causa disso é o concurso que fez parte das festividades do aniversário da cidade. Foi a primeira edição do Festival 'Comidas di Buteco'. Esse movimento acontece há anos em Belo Horizonte, e por aqui foi o maior agito entre os vinte concorrentes. Para mim, não foi surpresa o primeiro lugar. O grande campeão, foi o delicioso prato de Aliche Temperado da Cantina dos meus amigos Toninho e Carlão.
Falando de Botecos, - e olha que desse assunto eu conheço. Esse metiê é comigo mesmo, pois fui titular absoluto de alguns botecos por muito tempo. Hoje estou meio que fora de combate, ando até me estranhando. Nunca fui tão camisolão como atualmente. Mas, tenho cá minhas razões. Há cerca de um ano e meio comecei a tomar aulas de pintura com meu amigo Miranda, um dos maiores artistas plásticos do mundo e, de um começo sem pretensão acabei tomando gosto pela coisa. Acho até que estou levando jeito; pintei quadros interessantes e isso preenche parte do meu tempo. Sou de viver produzindo, na música, escrevendo, pintando ou em outra atividade cultural. Não sei me entregar ao ócio.
Voltando aos botecos da vida, digo que comecei a descobri-los quando começou minha parceria musical com Sócrates. Sempre que tinha uma melodia para ser letrada, ligava pro Magrão e ele logo dizia: seis da tarde no boteco tal, e lá ia eu com meu violão a tiracolo. Entre uma gelada e outra, cantarolava a música e ele colocava a letra. Assim, acabei fazendo parte da seleção de freqüentadores de botecos.
Nunca fomos de frequentar botecos sofisticados, pois, boteco pra ser boteco tem que ter simplicidade, cerveja no ponto e tira gosto que não empapuce e, é lógico, um sanitário decente. Magrão também jogou a toalha temporariamente. Estava há algum tempo sem inspiração e assim deixamos de botecar em parceria. Mas, ele me ligou recentemente dizendo estar novamente apaixonado e está escrevendo poesias. Até me pediu músicas para colocar letras, a fim de homenagear a mais nova musa de seu coração. Agora eu é que preciso queimar minhas pestanas.
Conheci todos os botecos sob o comando de Toninho e Carlão, e olha que eles tiveram botecos por todo canto da cidade. Sempre com clientela seleta e fiel, estão há alguns anos na rua Florêncio de Abreu com Amadeu Amaral. Dia destes, era sábado, estava um frio de lascar. Fui com minha primeira dama saborear sua suculenta feijoada.
Como sempre, lotado. Tive que esperar mesa. Carlão, sempre simpático, disse estar participando do tal concurso, sugeriu antes da feijoada que provássemos seu prato concorrente: me esbaldei no Aliche Temperado.
Votamos e colocamos o voto na urna como mandava o regulamento. Não tivemos como não dar nota máxima! Seu tempero é único. E não é que sua criação foi a campeã do pedaço!!!
Parabéns meus queridos amigos, Toninho e Carlão! Carisma, talento e competência é pra quem pode, e não pra quem acha que tem.
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