sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mulher, estranha magia

Em 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher e nesse meu texto quero cantar em verso e prosa esse ser que é capaz de provocar vendavais, tempestades, furacões, lágrimas, alegria, felicidade, calmaria, ternura, poemas e canções.

Como sou antenado em música, para tal vou recorrer a alguns compositores brasileiros, por exemplo: Sadi Cabral letrou uma belíssima canção de Custódio Mesquita, "não sei que intensa magia seu corpo irradia, e que me deixa louco assim, mulher". O compositor Bororó exaltou a cor morena em Da Cor do Pecado: "Esse corpo moreno, cheiroso e gostoso que você tem, é um corpo delgado da cor do pecado que faz tão bem".

Numa das vezes em que Chico Buarque esteve aqui em Ribeirão Preto, tive o privilégio de participar com ele de uma de suas paixões, o futebol e, no vestiário, colocando minha chuteira, tasquei-lhe uma pergunta que estava farto de ouvir: o que ele achava de comentarem que tinha a alma feminina, em razão de em tantas canções retratar como ninguém o universo do sexo nada frágil. Disse ele: "Buenão, cresci com minhas irmãs, seus problemas, manias, ilusões, amor e desamor, casei-me e tive três filhas. Como fugir do tema???"

Quando ouvi Teresinha, na qual retrata a vida dura da prostituta, achei que ele não tinha mais bala na agulha pra falar desse assunto. Puro engano, pois ele veio com Folhetim. "Se acaso me quiseres, sou dessas mulheres que só dizem sim, por uma coisa à toa, uma noitada boa, um cinema, um botequim..." Em Feijoada Completa, belo samba, ele chama a mulher de parceira quando diz: "Mulher, você vai gostar, tô levando uns amigos pra conversar..."

Dorival Caimmi pediu pra sua Marina não se pintar, pois gostava de sua beleza natural, se zangou até ficou de mal. Erasmo Carlos e Narinha, sua esposa, compuseram há mais de trinta anos Sexo Frágil, uma das maiores homenagens à mulher. Essa letra tinha tudo a ver comigo durante parte de minha vida, éramos três homens dependentes e carentes da força dessa mulher que não sei de que barro foi gerada, eu sei que jamais tirei um dez, sou forte mas não chego a seus pés. Nesse ano faz exatamente 39 anos que estamos juntos, ela encontrou meu coração distraído e com uma placa escrito "desocupado", entrou com tudo, arrombou quartos, salas, corredores até a varanda, preencheu todos os espaços e o pior é que gostei tanto, mas tanto, que hoje já com a neve tingindo meus cabelos confesso que sou cada vez mais apaixonado por ela.

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