segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Revitalização do Centro de Ribeirão Preto

Caros amigos,


A Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, esta disponibilizando um site para enquete sobre a Revitalização do Centro, ajudem respondendo a enquete sobre a reforma. E vejam que proposta maravilhosa estra sendo feita para nossa cidade


Abaixo o site da enquete:

http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/city-historica/i14revitalizacao.php

Site para ver a apresentação em slides de como vai ser a reforma.

http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/city-historica/revista/index.html




Abraços

Bueno

sábado, 21 de janeiro de 2012

UM PALMEIRENSE NA GAVIÕES DA FIEL

Essa história quem me contou foi um palmeirense, mas amigo em comum meu e, acredite se quiser, do Sócrates.
Hachid é um desses descendentes de turco que tem uma loja na tumultuada rua 25 de março na capital paulista. Tive oportunidade de estar com ele algumas vezes e foi numa dessas que ele me contou uma história que só não é trágica por ser muito cômica!


Pra variar um pouco quem o colocou numa grande roubada foi o Magrão.
Num passado não muito distante, o Sócrates  morava em São Paulo e foi convidado para fazer uma visita na quadra da Gaviões da Fiel. Ele confessou que ficou muito feliz com o convite, o motivo era porque, nem na época que jogava no corinthians, havia pisado na sede da torcida organizada e escola de samba.
Sócrates é um homem provido de tamanha humildade. Muito simples não vê maldade nas coisas.
Digo isso porque foi com a melhor das intenções que ele convidou amigo Hachid para que o acompanhasse até a quadra. Detalhe! Hachid, que é palmeirense fervoroso, disse que não iria, pois sua condição de “inimigo” não tinha absolutamente nada  a ver. Mas Sócrates foi insistente e acabou convencendo o turco, que impôs uma condição.
De acompanhá-lo mas ele, o Sócrates não poderia revelar aos corinthianos a verdade , que vestia a camisa do adversário, um dos maiores do coringão.
A recepção, como sempre foi com honras de Chefe de Estado. Sócrates e o amigo palmeirense foram recebidos como verdadeiros heróis. Mesa com chopp e guloseimas no meio da pista, samba comendo solto com direto a passistas requebrando graciosamente na cara do turcão!   A noite estava glamourosa, até que num dado momento, depois de várias na cabeça, Sócrates, dentro de sua simplicidade que lhe é peculiar, num momento de euforia, soltou no meio na nação corinthiana.” Olha galera o turco é palmeirense”. A reação dos corinthianos foi de susto. Acharam que o Sócrates estava brincando. Até então, nunca um palmeirense havia pisado no templo sagrado do Gaviões da Fiel. A do turco Hachid foi de perplexidade! Ficou apavorado e emendou alguns pontapés no Sócrates por de baixo da mesa.
É claro que a notícia se espalhou pela quadra como rastilho de pólvora. Em uma oportunidade o turco chegou a ser indagado por um corinthiano se realmente era palmeirense. Hachid respondeu que sim, mas, o Sócrates que era muito seu amigo, havia insistido para acompanhá-lo e que não haveria problema.
A noite foi passando e o clima esquentando. A partir daí, corinthianos passavam pelo turco de cara feia, como se tivessem acabado de sair de uma partida entre palmeiras e corinthians com o resultado nem um pouco agradável.
Já era para mais de 2 horas da manhã quando o turco Hachid  disse ao Sócrates que precisava ir embora porque precisava abrir a loja cedo.
Foi nessa hora que um grupo de corinthianos disse que o Sócrates não iria embora. “ Não, o Doutor não vai embora não”, emendou um deles e imediatamente sugeriu que alguns amigos o levariam, mas o doutor ficaria.
O turco, burro aceitou! Entrou no carro com três gaviões. Explicou o caminho “do seu casa” na zona sul de São Paulo. Mas no meio do trajeto, morrendo de medo, percebeu que o motorista estava fazendo o caminho inverso. O clima , é claro começou a ficar pesado! Ele tentou argumentar , mas recebeu um cala boca em alto e bom som. Ficou quietinho , esperando qual seria seu destino! Já imaginava que seria linchado, me confessou o turco quando contava essa história.
O fim da linha foi numa favela, onde os corinthianos pararam o carro e aos berros, o xingando de porco e todos os palavrões imagináveis, o grupo o obrigou a descer do carro dizendo com agressividade. “ Só não vamos te arrebentar porque você é amigo do doutor”. 
A salvação dele foi uma viatura da polícia que passou, por acaso pela favela e o levou para casa.
O hoje o turco  conta a história dando risada, mas não esquece jamais do peso que foi invadir território inimigo, mesmo com o rei do lado. Quanto ao rei, o Sócrates, ficou sabendo dessa história no dia seguinte e rindo muito disse. “ Essa história dá um belo samba!”

Bueno – corinthiano, cantor, compositor e apresentador do programa Canta Bueno pela Thathi Tv Cultura.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O porquê ele é o Rei



Da minha geração, acho que poucos não têm uma das canções do Roberto Carlos que adotam como a música da sua vida, que lhe trás recordações infinitas.
No meu caso que vivo música 24 horas, tenho inúmeras! Uma delas, por exemplo: “Detalhes”.  Quando a ouvi pela primeira vez, fiquei arrepiado, as notas musicais daquele solo de flauta na introdução, a orquestra, a letra em si, todo aquele conjunto... Tudo perfeito, maravilhoso! Faz parte do meu repertório de serenatas.
Tem outra canção do rei Roberto, “O divã” que poucos sabem por que ela foi feita. Quando a ouço, sempre me transporto para a cidade onde Roberto Carlos nasceu Cachoeiro do Itapemirim no Espírito Santo. Na letra ele retrata com extrema sutileza, o acidente que sofreu na infância, quando perdeu parte de uma das suas pernas, atropelado por um trem. Retratar uma tragédia pessoal numa das mais lindas canções não é para qualquer um. Só para grandes homens da arte!
Sem contar esse trauma, foram várias as passagens difíceis na vida do Rei Roberto Carlos que não fizeram que ele se desviasse da conduta que sempre adotou. Das mulheres que amou, e que perdeu.
Atravessou vários regimes políticos, governos diversos. Mas nunca quis se envolver, tampouco usufruiu de sua fama e talento para chegar a qualquer outro lugar. Sem desviar-se de sua missão. Fazer música, cantar!
 Uma das histórias mais lindas, exemplo de companheirismo, amizade e humildade envolvendo Roberto Carlos eu vou contar aqui.
Esta foi durante o regime militar, quando Caetano Veloso teve de se exilar na fria e úmida em Londres. Em suas cartas reclamava de saudade do Brasil, das praias... de sua Bahia. Um belo dia recebe a visita de Roberto Carlos. A missão do rei era lhe mostrar uma canção que havia composto para o amigo Caetano tão sozinho e triste naquela cidade Européia. “De baixo dos caracóis dos seus cabelos”. Imaginem um bahiano acostumado na terra do sol, receber uma canção com essa letra. ”... um dia areia branca seus pés irão tocar e vai molhar seus cabelos a água azul do mar. Janelas e portas vão se abrir pra ver você chegar e ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar...” desnecessário dizer que foi choradeira geral!
A vida do rei sempre foi assim. Simples e sempre preocupado com os outros.
Esta quem me contou foi o delegado aposentado Dr. Edgard Meireles de que, em certa ocasião, quando Roberto Carlos esteve em Ribeirão para fazer um show,estava hospedado no hotel Black Stream que fica próximo à cadeia a qual ele dirigia atualmente o 1º Distrito Policial na Rua Duque de Caxias, Dr. Meireles foi até o hotel com um amigo pedir ao rei se ele poderia cantar uma meia hora para os presos. Ficaram surpresos com o carinho com que foram recebidos pelo cantor, que nem pensou para responder, apenas emendou! “Que horas eu devo estar lá!” Resumo!  Contou-me o delegado que o rei chegou com seu violão debaixo do braço. As celas foram abertas, os presos fizeram roda no pátio e foi uma tarde inesquecível! Roberto Carlos cantou mais de duas horas, o que se via eram olhos cheios de lágrima. É o tipo de coisa que hoje seria impossível de acontecer.
Roberto Carlos é um ser realmente dotado de uma luz inexplicável!
 Nesta outra história relatada pelo meu amigo Washington Barbosa, aconteceu em São Carlos. Dá conta de uma menina muito doente, em estado terminal e fã de Roberto Carlos. Seu pai trabalhava no Banco do Brasil e a família, não medindo esforços para realizar os desejos da filha, despretensiosamente, escreveu uma carta ao rei, contando a vontade que a menina tinha de conhecê-lo.
Certa noite, naquela casa em São Carlos, toca a campainha, e para a surpresa dos familiares era o Rei Roberto Carlos, estava sozinho, veio do Rio de Janeiro de jatinho só para conhecer e dar um alento à pequena fã, Roberto Carlos passou a noite toda ao lado dela. Cantou e ela também cantava suas músicas prediletas, a acariciou e a beijou inúmeras vezes. Antes de o sol nascer o rei se despediu. Foram momentos de extrema felicidade, talvez a última daquela menina, desenganada, mas realizada por ter conhecido seu ídolo, seu anjo da guarda. Não tenho dúvida de que esse encontro teve a mão de Deus. Três dias depois ela morreu!
Roberto Carlos é assim. No seu último show na Cava do Bosque, por determinação do cantor, a primeira fila era ocupada por deficientes físicos. Uma equipe sempre é disponibilizada só para dar atenção aos cadeirantes.
É por essas e outras que o chamam de Rei.

Bueno – cantor, compositor
buenocantor@terra.com.br

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Revitalização do Centro

Caros amigos,
 
Compareçam a este importante evento para o centro de nossa maravilhosa cidade.
 
Conto com a presença de todos 
 
Abraços
Bueno
 
 
A
 
Associação Industrial e Comercial de Ribeirão Preto,
 
 
Tem a honra de apresentar o PROJETO FINAL DE REVITALIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL.
 
As obras já realizadas de valorização dos nossos prédios e espaços históricos, passam a fazer parte de um grande projeto, que prioriza o patrimônio e a modernidade.
 
Data: 18 de janeiro (quarta-feira)
Hora: 18 h
Local: Theatro Dom Pedro II
 
Contamos com sua presença.
 
Atenciosamente
 
João Luiz Bignardi
Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto
Superintendente da Distrital Centro
 

domingo, 15 de janeiro de 2012

O POLICIAL

     Dia desses logo de manhã estava passando em frente a uma escola e pude ver uma cena que fez retornar aos meus trinta anos, um jovem pai Policial Militar fardado deixava seu filho na entrada da escola, ainda o vi beijando e acariciando o menino, até parei para assistir e o garoto todo orgulhoso como a sentir a maior segurança do mundo, por seu pai ser um policial, caminhava e lhe acenava com insistência. O policial só deixou o local quando o filho passou pela porta passando a viver uma nova realidade. Uma saudade danada invadiu o meu peito, e um filme passou em minha cabeça, lembrei-me de quando também conduzia meu filho mais velho que começava a conhecer o BEABÁ, às vezes o fazia também fardado, pois acabava de chegar do serviço, era Policial Rodoviário, vindo muitas vezes de madrugadas gélidas ou de noites agitadas de ocorrências das mais variadas que só quem foi ou é policial sabe o que é.
     Para meu filho como para os filhos de todos policiais seu pai era um herói, ele me pedia para lhe contar histórias que aconteciam no serviço e eu o atendia e sempre procurava dar um final feliz nos meus contos, acho até que isso possa ter despertado seu desejo de ser Policial mudando de idéia quando moço hoje ele é gerente do McDonald’s e tem adoração pela Policia Militar, muitas vezes pelas nossas ruas ele depara com um acidente, de imediato se presta a auxiliar, desde pequeno lhe ensinei como agir em determinadas situações.
     O pequeno filho do policial do começo do texto logo vai saber que seu pai é um profissional competente, muito bem informado, e porque não dizer um herói!!!  O pequenino logo vai saber que numa emergência seu pai é capaz de fazer um parto até dentro de uma viatura, ele logo vai saber que seu pai é capaz de salvar uma vida numa respiração boca a boca, que aprendemos nos cursos de primeiros socorros que ao longo da carreira fazemos vários, logo vai saber que seu pai enfrenta bandidos perigosos, logo vai saber que seu pai não tem medo de nada, pois sua formação lhe permite olhar nos olhos de qualquer pessoa e dizer verdades e segurar a onda.
    A família Policial Militar e enorme e quero nesse meu texto prestar minhas homenagens aos nossos Heróicos Bombeiros, que não cansam de salvar vidas arriscando as suas, tenho ali grandes amigos que possuem muitas histórias pra contar para seus filhos, muitos ainda na ativa e muitos como eu passando para a história. Nossos Policiais Ambientais que lutam bravamente para proteger o que a natureza nos dá de graça, nossos policiais músicos, do transito, do canil, cavalaria,enfim a todos que trabalham para proteger nossa sociedade.
    Meus amigos policiais somos para nossas famílias heróis, para nossos amigos orgulho e para a população a segurança.
    Um forte abraço a todos que mesmo reformado continuo em QAP.

Bueno cantor e compositor
buenocantor@terra.com.br

sábado, 14 de janeiro de 2012

CRÔNICA DO POÉTA DAS PAIXÕES “VINICIUS DE MORAIS “

       AMIGOS

      Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
      Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
     A amizade é um sentimento mais nobre que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
     E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos.
     Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.
     A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
     Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
     Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles, eles não iriam acreditar.
     Muitos deles estão lendo essa crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
     Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
     E às vezes, quando os procuro, noto que não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces de meu encanto pela vida.
     Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
     Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
     E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talais, fruto do meu egoísmo.
     Por vezes, me pergunto em pensamentos sobre alguns deles.
     Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem juntos de mim, compartilhando daquele prazer.....
     Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos,e, principalmente os que só desconfiam ou talais nunca vão saber que são meus amigos!
     A GENTE NÃO FAZ AMIGOS, RECONHECE-OS.
                                                                                     
                                                                                             VINICIUS DE MORAIS

Do Cartão Verde ao Empório Brasília

Recebo por e-mail:

Totonho, Fagner arrasou ontem no Cartão Verde da TV Cultura, falou de você, contou histórias da Copa de 82. Foi uma entrevista show, amigo.
Esse boteco, nessa mesa, eu e Magrão organizávamos a boemia, e também compúnhamos muito.
Buenão.

Empório Brasília.

Grande Bueno,
Sempre é muito bom saber quando somos lembrados pelos amigos. Não assisti o Cartão Verde de ontem, mas vou procurar ver a sua reprise. 
Quanto ao Empório Brasília, em Ribeirão Preto, tenho ótimas recordações do lugar. Era onde o Sócrates gostava de me carregar quando eu ia à cidade. Realmente, o boteco inspira arte e boemia!
Abraço do Totonho


Créditos: http://laprovitera.blogspot.com/

Tião Carreiro... O Rei dos Violeiros

E de repente, me vi menino observando meu pai sintonizando seu velho radio carcaça de madeira, enquanto o dial (ponteiro) percorria o visor de um lado para outro e ele pacientemente, tentava ouvir seus violeiros preferidos: Tião Carreiro e Pardinho ou Solino e Marroeiro, Tibagi e Miltinho e outros tantos e, quando conseguia, seu semblante mudava. Seus lábios esboçavam um leve sorriso e eu ocupado com minhas coisas do meu mundo de moleque, podia ouvir o ponteado da viola e vozes de verdadeiros violeiros, aquela primeira e segunda voz, que só eles tem a manha e o talento de fazer.
O tempo passou e eu fui picado pelo vírus da Jovem Guarda. Então, não demorei para comprar uma guitarra e sai mundo afora fazendo uma das coisas que mais gosto que é cantar, nunca esquecendo minhas raízes.
Com o fim dos Beatles houve uma comoção total, e conjuntos musicais do mundo inteiro implodiram e com o meu “The Jetsons” não foi diferente.
Corri atrás de outro sonho, que era ser guarda rodoviário, inspirado em Carlos Miranda que era o ator principal do seriado de TV “O Vigilante Rodoviário” até a música do seriado era bonita!  Carlos Miranda ainda continua vivo e é um dos meus ídolos! Tempos depois pude conhecê-lo no comando da Polícia Rodoviária quando fazia meu curso de especialização em trânsito rodoviário.
Essa profissão povoava meus sonhos, aquela farda caqui, aquela bota, a asinha no peito, o quepe da mesma cor da farda... Nem mesmo tinha passado nos exames e já me imaginava usando a bonita farda e todo orgulhoso!  Lembro-me que naquela época, 1971 o candidato a uma vaga na Policia Rodoviária tinha que ter de altura no mínimo 1,72 metros, ter o colegial completo e ser também motorista profissional.
Sempre carreguei comigo o desejo de ajudar, ser prestativo, tudo a ver com essa profissão, isso me complementou, também   proporcionou-me  a oportunidade de sempre estar em contato com artistas que por nossas estradas passavam, e assim conheci muitos.
 Numa bela manhã de domingo, a estrada meio que vazia eu estava próximo a Sertãozinho sob a sombra de um belo Jequitibá o sol já se fazia forte, decidi parar para fiscalizar um Corcel II branco. Naquele tempo o Corcel II era um dos carros mais desejados por muita gente, e ele estava com a traseira um tanto que arreada. Com a cordialidade que sempre primou um Policial Rodoviário, solicitei do motorista a documentação, olhei seu rosto por traz de um bigode enorme, senti que o conhecia mas, não conseguia lembrar-me de onde e ele muito educado e com um tremendo vozeirão disse-me: “Pois não seu guarda, só que está no porta malas”. Ele desceu do carro, fiquei intrigado observando aquele homem se dirigindo para a traseira do carro e pensei: “quem será esse cara?...”
Porta malas aberto, entre malas e pacotes vi dois ou três estojos de violão e viola, levei um tranco, fixei os olhos no rosto do condutor e matei quem era, estava diante do ídolo do meu pai, o rei dos violeiros, era mesmo Tião Carreiro.
“Tião Carreiro!!! Tava vendo que te conhecia”, eu disse. Mas que prazer ter você aqui em nossa região, ele meio sem graça, com minha tietagem, vestindo timidez procurava em uma pasta os documentos, falei que nem precisava mostrá-los, e completei: “Você é o seu documento Tião, você é o Brasil em pessoa”. Me confessei seu fã e ídolo de meu velho pai.
Tião Carreiro criado nos moldes antigos gentilmente disse, “Seu guarda, faço questão de mostrar meus documentos”. Eu olhei e estava tudo em ordem e, ao olhar a carta vi sua foto, mas no lugar do condutor estava escrito o nome de José Dias Neves.
Constrangido lhe pedi uma explicação e ele disse que José Dias Neves era seu nome de registro e que o violeiro e compositor Teddy Vieira o apadrinhou com o nome artístico de Tião Carreiro.
Ali mesmo na beira da estrada batemos longo papo, pena eu não poder contar para meu pai essa história, pois ele há muito tempo já tinha partido, mas sei que lá de cima abençoou aquele momento e lá se foi Tião Carreiro para mais um show por este Brasil afora.

Bueno cantor e compositor

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

ENTREVISTA DO KAJURU

José Geraldo F. Castro " escreveu:






Data: 08/01/2012 22:47:21







ENTREVISTA DO KAJURU:

SE GOSTA OU NÃO DELE, NÃO IMPORTA. LEIA A ENTREVISTA E

CONHEÇA UM POUCO DO SUBMUNDO DO FUTEBOL BRASILEIRO.





Trechos de uma entrevista com Jorge Kajuru:



Jorge Kajuru, o que voce fez de pior na sua vida?



Tentei me suicidar. Tomei 20 comprimidos de Dormonid, remédio para dormir.
Estava impotente e havia perdido o globo ocular do meu olho direito. No olho
esquerdo já tinha apenas 18% de visão, tudo por causa da diabetes. Teria de
colocar prótese. Não queria que ninguém me visse assim. Havia perdido também
um programa na tevê e um processo na justiça. Estava sozinho, sozinho,
sozinho... Preferi tomar as pílulas e morrer. Mas me encontraram a tempo e
levaram para o hospital e me fizeram lavagem estomacal e me salvaram a vida.
Hoje compreendo que fui fraco. Sobrevivi e Deus me deu a oportunidade de
reconstruir a minha vida. Se eu aceitei me expor para você é para que o eu
sirva de exemplo para quem está sofrendo como eu sofri. E pensa na morte
como solução. É o maior erro, a maior derrota. É jogar o que temos de
melhor: a vida. Foi o que eu fiz de pior para mim mesmo. O meu maior inimigo
sempre foi Jorge Kajuru.



Mas você sempre foi uma pessoa muito cercada de amigos, mulheres..?



Olha, nesta vida há muita falsidade. Amigos de verdade eu tenho pouquíssimos
Datena, Juca Kfoury são meus irmãos. Mas o maior deles, o que daria tudo
que tem por mim, acabou de morrer: o Sócrates. Aliás, eu tenho convicção de
que ele se matou...Vou mostrar como eu fui amado. Tive 14 mulheres com quem
morei junto. Casei com oito. Quatro no papel. Hoje eu sei que duas amaram o
Jorge. As outras 12 amaram o Kajuru. O glamour dos meus relacionamentos com
atores, cantores, jornalistas, pessoas famosas. Nunca tive essas mulheres de
verdade. Elas queriam a minha companhia para ter acesso a uma vida de
badalação, aparecer em tevê, revista, jornal. A pior coisa da vida é
perceber que alguém está na sua cama por interesse em qualquer coisa, menos
em você. E as pessoas sempre sabem que estão sendo usadas. Eu tentei mentir
para mim mesmo e tentar salvar algumas relações. Foi impossível. E vou
contar mais. Essas mulheres acabaram com o meu patrimônio. Todas as vezes
que me separei deixei casa, carro. Sou um banana na hora de dizer adeus. E
encontrei muita aproveitadora, mesquinha. Me acho tão esperto, mas a última
mulher por quem me apaixonei eu levei para a minha casa no Rio de Janeiro
Depois de um mês, a mulher rouba tudo o que tinha pela casa. Eu sou assim,
quando eu amo, confio, dou a vida. As mulheres me fizeram de gato e sapato.
Dilapidaram o meu patrimônio. Se não fosse por elas, estaria rico.



Explique essa história de que o Sócrates se matou!. Ele não bebeu a vida
toda?



Bebeu. Eu o conheço desde os 14 anos em Ribeirão Preto. Um gênio,
inteligente, talentoso, grande amigo, alegre, o irmão que não tive nesta
vida, já que sou filho único. Beber era a sua alegria. Sempre soube disso.
Mesmo quando jogava futebol. Quando parou, continuou bebendo. Eu falava, mas
nunca dei aquele esporro que ele merecia para parar porque achava que ele
era médico. Sabia até onde poderia ir. E a situação estava mais ou menos
controlada até que ele se separou da mãe do seu filho Fidel. Ele tinha
adoração pelo menino. E a mãe, magoada com o Sócrates, o proibia de ver o
garoto. Essas coisas terríveis de separação. Ele ficou desolado. Um dia me
chamou para conversar e me disse: "Kajuru, perdi a alegria de viver. Eu
quero morrer". Fiquei louco tentando animá-lo. Mas não teve jeito. O
Sócrates começava a beber de manhã e só parava de madrugada. Ele ia me
visitar no Rio e entrou neste processo. Por isso que eu digo que se suicidou
de tristeza por causa do filho. Quando ele soube que estava com cirrose, não
se importou. Foi internado quatro vezes e não três.

Uma já em Ribeirão Preto. Quando saiu da última vez, tinha de seguir um
regime terrível para tentar se segurar e esperar um transplante de fígado.
Mas ele optou por morrer. Continuou a beber. Dias antes da última internação
ele tomou garrafas de vinho. Queria e conseguiu morrer. Ah, Magrão...Você
não sabe a falta que você me faz...Tem uma coisa que eu quero tornar pública
sobre a internação dele.



O que é, Kajuru?



Quero revelar a indignação da família do Sócrates com o Andrés Sanchez. A
insensibilidade deste homem não tem tamanho. Não quero nem falar sobre todas
as homenagens que o Magrão deveria ter recebido do Corinthians e não recebeu
Esse presidente é pequeno e a história vai colocá-lo no seu devido lugar. O
Sócrates nunca quis a menor proximidade dele porque sabia da ligação
profunda com o Ricardo Teixera, com o Lula, com o Ronaldo. Gente que não
merece o que tem. Na primeira internação, o Sócrates já estava muito mal por
causa da cirrose.Quando chega no hospital um pacote imenso. A família pensou
que fosse um presente. Quando o pacote foi aberto, a surpresa. Dentro dele
estavam milhares de folhas de sulfite com as contas do Corinthians. Andrés
mandou entregar para o Sócrates quando ele estava recebendo a sentença de
morte no hospital. Ele teve milhões de chance de entregar essas contas
quando o Magrão estava forte, trabalhando no Cartão Verde. Esperou ele estar
à beira da morte. Me dá nojo quando lembro dessa situação. E as homenagens
que o Corinthians deveria fazer a ele nunca acontecerão enquanto Andrés e
seus amigos estiverem mandando no Corinthians. Nunca. Por que o Sócrates
nunca se dobrou à essa gente. Não vou falar o que realmente penso sobre o
Andres por que não quero mais processos na minha vida. Só lamento o
Corinthians estar entregue a essa pessoa. Mas quero falar do Andres e sim
lembrar que o Sócrates por exemplo salvou a minha vida. Estava depressivo em
um condomínio afastado de Ribeirão Preto. Continuava pensando em morrer,
quando o Magrão foi meu herói. Arrombou a porta que eu deixava trancada para
não receber ninguém. Arrombou e me levou para a sua casa. Cuidou de mim como
um irmão mais novo. Ninguém faria isso, ninguém seria tão solidário. Eu não
tenho palavras para agradecer o que esse homem fez por mim.



Em 2003 você recebeu um famoso convite para trabalhar na TV Globo, não foi?



Foi. E acredito ter sido o único jornalista esportivo do País a dizer não
para a Globo. Eu cresci vendo o João Saldanha. Juca Kfoury me ajudou a
enxergar o que é realmente a Globo. E como ela usa a sua proximidade do
poder para fazer o que quer com o País. Ela mascara tudo. Principalmente o
futebol. Fica fazendo lavagem cerebral mostrando dribles, gols, torcida. E
esconde da maneira mais indecente possível o que acontece fora do campo. Eu
tenho condições de falar porque recebi a proposta de trabalho e sei como é.
Fui em quatro reuniões com o Galvão Bueno e a cúpula da Globo para conversar
O diretor de Esportes da Globo, Luiz Fernando Lima, me mostrou como as
coisas funcionam por lá. "Você não pode reclamar do horário do jogo. E muito
menos falar mal do Eduardo Farah (na época, presidente da Federação Paulista
de Futebol). E muito menos de Ricardo Teixeira. Eles são nossos parceiros."
Assim. na cara dura. Sem a menor vergonha.

Eu comandaria o Globo Esporte, comandaria uma mesa redonda no Esporte
Espetacular. E ainda faria um quadro no Fantástico com a Ana Paula Padrão.
Seria a Bela e a Fera. Fui nestas reuniões para saber de verdade como a TV
Globo trabalha. Percebi como ela se tornou poderosa. Principalmente no
esporte. Disse não à Globo ao vivo, na TV Bandeirantes. Ninguém acreditou.
Galvão que é meu amigo, queria me matar. Mas fiz o que a minha consciência,
meu coração mandou.



O que você acha da Copa do Mundo no Brasil?



Torço como um desesperado para o Brasil fracassar, seja derrotado. Há um
estudo feito pela USP e pouco divulgado mostrando que o Brasil teria um
progresso de 20 anos se o dinheiro que será gasto na Copa e na Olimpíada
fosse aplicado em obras sociais. Não temos saúde, segurança e educação. Mas
colocamos bilhões de dólares em estádios que não precisam ser construídos.
Só por causa de pessoas como Ricardo Teixeira e Lula, que só pensam nelas e
colocam o interesse de milhões para trás. Eu quero falar que estou
extremamente decepcionado com o Ronaldo. Ele se prestar a escudo de Ricardo
Teixeira joga no lixo a sua imagem. Sua carreira maravilhosa já lhe deu
milhões. Mas ele tem uma ganância inacreditável. Quer ganhar muito mais a
qualquer custo. Ele não falou que o Ricardo Teixeira tinha dois caráteres?
Quem é que tem dois caráteres agora: ele ou o Ronaldo? O Pelé também é outro
Se juntou ao Teixeira que até tinha processado.

Será que sou louco ou mesmo com apenas 18% da visão estou enxergando mais do
que muitos? O Ricardo Teixeira é um câncer para o futebol brasileiro. Pensa
que o futebol é dele e faz o que quer. Só que eu aviso agora para quem puder
ler essa entrevista. Pior do que ele só o Andres Sanchéz. Ele é dissimulado.
Tem ligações poderosas. O estádio de Itaquera, de um bilhão de dinheiro
púbico, saiu graças a uma birra com o presidente do São Paulo. Ele vai fazer
muito mal ao futebol brasileiro se chegar ao comando. Será pior do que o
Teixeira. Eu estou falando publicamente só um pouco do muito que sei.



E do Mano Menezes, o que você acha?



Ele é o técnico do Andrés, do Ronaldo, do Ricardo Teixeira. É do time. Não
vou falar mais nada para não ser processado. O Muricy Ramalho nunca daria
certo trabalhando com esse tipo de gente. Eu lamento demais a Seleção
Brasileira por quem o povo é apaixonado estar nas mãos destes homens. Eu
lamento.