sábado, 9 de julho de 2011

Paulo Finotti... O anjo do meio ambiente.


* Bueno
buenocantor@terra.com.br

Você conhece Paulo Finotti? Não??? Olha, você precisa conhecê-lo, nunca vi um ser humano mais doce para um bom bate-papo na mesa de um bar, papo tão bom que no sábado passado, se minha primeira-dama não ligasse, nem sei que a que horas sairia do bar em que estávamos. Ele é engenheiro ambiental, profundo conhecedor de tudo que se relaciona com o meio ambiente, defensor ferrenho do nosso planeta, e sobre isso escreve com frequência em vários jornais e revistas do Brasil. Todo sábado, está aqui, no nosso Tribuna.
Paulo mora no Jardim Irajá, segundo ele o pedaço mais verde da cidade, em frente ao Bar do Jacaré. Quem mora nesse paraíso? Perguntava-me quando ia almoçar naquele bar com a família, por ser muito concorrido é difícil estacionar, mas o guardador de carros do local dizia: “Pode colocar aí nessa guia rebaixada que o morador não vai sair”, como se conhecesse os hábitos desse ermitão urbano. Soube há pouco tempo que, por detrás daquele muro alto, uma área super-sombreada, se esconde Paulo Finotti e família. Surpreso, até falei: “Tinha que ser ele!!!”
Paulo costuma escrever seus textos numa das mesas do Bar do Jacaré e sempre levava uma extensão enorme para ligar seu laptop. Entre uma gelada e outra, faz do bar seu  escritório, o qual apelidou de “senadinho”. Jacaré, como bom comerciante, numa jogada de mestre tratou logo de adaptar ali uma tomada, deixando Paulo todo prosa.
O escritor Barbosa, presidente da Ordem dos Velhos Jornalistas, organiza, em todo último sábado do mês, um almoço para que todos os sócios coloquem a conversa em dia. Em 28 de maio lá estávamos nós, em mais ou menos uns vinte, que após se alimentarem foram se mandando. Nós ficamos: eu, que adoro ouvir causos, e Paulo Finotti, bom contador, titular em a qualquer mesa de roda de prosa, e Barbosa, chegado num boteco de um tanto que já escreveu três livros falando sobre este recanto venerado pelos apreciadores da água que passarinho não bebe.
Barbosa, com aquele sorriso cativante em que mostra todas as teclas de seu piano, de repente falou: “Paulo, você vai ao velório do boi?” Paulo tava descansando seu copo, após uma bela golada, e respondeu que ainda não havia comprado o convite. Nessa eu entrei no papo. Desde quando se precisa de convite pra velório, achando que “boi” era apelido de algum chegado que tinha se mandado. Os dois responderam numa só voz: “É um boi no rolete, Buenão”.
Caramba, eu com tanta quilometragem de boteco não tinha sacado essa. E o papo rolava,  olhava Paulo e disse que ele se parece com Paulo Vanzolini, cientista, biólogo, autor de Ronda e bom de boteco também. Comentei com ele que no último mês de março, de férias em Fortaleza, conheci Antonio, de Goiânia, que tocou Carinhoso, de Pixinguinha e Braguinha, com uma pequena folha de não sei o quê, e que foi super-aplaudido por um público pequeno, mas muito barulhento. Nesse momento Paulo abriu a camisa, surgindo um cordão pendurado em seu pescoço com várias coisas. Dentre elas, tirou uma minúscula gaita de apenas quatro buracos e mandou ver também Carinhoso com maestria. Claro que tirei meu chapéu pra ele, amigo, e foi aquele auê no bar.
Paulo, feliz como criança, falou: “Olha, gente, tô numa idade que tem coisas que não quero nem saber. Por exemplo: não faço mais baliza, não gosto de manobrar carro, não dou ré porque dá muito trabalho ficar medindo distância, chega de cálculos, só vou tocando em frente. Subo na laje de minha casa, fico entre pés de mangas coquinho e bourbom e vou descansar em minha cadeira de sossego. Quando acaba a cerveja, pra não ter o trabalho de descer escadas, adaptei um cesto em uma linha de vara de pescar. Daí, com o auxilio de quem estiver em baixo, reponho meu estoque rapidinho.”
Olha, se tiver vontade de conhecer essas personalidades, vou te dar uma dica: o Barbosa você encontra pela cidade vendendo seus livros, Paulo viaja muito, mas, de repente, entrando no Bar do Jacaré, num cantinho você vaiu ver um cara com um laptop, uma cerveja do lado, pode chegar que será muito bem vindo... É Paulo Finotti.

* Cantor e compositor

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