sábado, 9 de julho de 2011

Manias...


* Bueno
buenocantor@terra.com.br

Você tem alguma mania? Pode apostar que sim! Dê uma geral no que faz no seu dia a dia e vai descobrir que tem até mais do que imagina, porque mania é coisa que a gente tem mesmo, mas não sabe porque. E eu que pensava não ter, acabo por descobrir que tenho várias. Por exemplo, uma delas é começar ler minha revista Veja aos domingos, sempre de traz pra frente. Começo na última página, pelos belos textos de Rober­to Pompeu de Toledo ou J. R. Guzzo, passo pelas páginas culturais, venho vindo, ás vezes acho até que como que por encanto possa brotar alguma grana no meio das páginas denunciantes da tamanha corrupção que assola nosso país... quem sabe?!?!
Manias também é o nome de uma música de Flavio Cavalcante em parceria com seu irmão Celso Cavalcante. Flavio Cavalcante foi um dos maiores homens da televisão brasileira à frente do seu programa,Boa noite, Brasil. Os autores escrevem inúmeras manias, quem sabe deles, e a letra ficou interessante, porque começam dizendo que uma dela é gostar de você, referindo a mulher amada. Dizem também de outra, a mania de só entrar no chuveiro cantando a mesma canção, daí vem a famosa frase: “Não canto nem no chuveiro”, ou “sou cantor de chuveiro”. Mania de querer bem eu também tenho, gosto de todo mundo até dar de cara com a primeira decepção.  Ah! Mas mania de falar mal, essa eu não tenho, não falo mal de ninguém, nem julgo pessoas, quem sou eu?! Olha essa, mania de só pedir o cinzeiro depois da cinza no chão, essa mania atualmente está meio que fora de moda.
Olha essa: mania de não poder ver tinta fresca que logo vai passar o dedo, ou de contar sempre aumentado tudo que viu ou que fez – essa muita gente tem, afinal quem não gosta de contar uma certa vantagem? Às vezes até ajuda, “pega legal”... Nossa, e aquela de guardar fósforo usado dentro da caixa outra vez, essa muita gente tem mesmo! Tempos atrás fomos em várias famílias para uma pescaria no Rio Paraná, ficamos hospedados no cinematográfico Rancho Paraíso, na cidade de Rosana. Aquele café delicioso de beira de rio, tomávamos ao entorno de uma enorme mesa, Ana foi acender o fogo e quase  todos os palitos que pegava na caixa estavam usados. Muito brava, descobriu que essa era uma das manias de uma colega que na tarde anterior os usou ao fazer um delicioso bolo.
Para escrever esse texto fui perguntando aos amigos suas manias: Fernando logo falou que sua esposa tem mania de não fechar seus tubos de cremes, shampoo, pasta de dente e até garrafa de refrigerantes, e completou: essa mania todas as mulheres tem. Será??? Mania de esconder a idade, coisa das mulheres... E, de repente, cruzo com o sambista Nascimento, da Embaixadores. Fui logo lhe perguntando e ele respondeu de primeira: “minha mania é gostar de samba, opa!!!” Essa mania gostosa até eu tenho. Eis que encontro os radialistas da Rádio 79, Charles Evangelista e Eurico, e lhes faço a mesma pergunta. Charles já avisa que a sua é futebol, Eurico disse que só ouve radio AM e que tem na cabeceira da cama um radio Sony com várias faixas de ondas que pega até rádios do céu! Carlos Calixto, da 79, radialista dos bons e AM de carteirinha, tem um enorme radio Gradiente que pega até pensamento, e nas madrugadas ouve rádios do Rio de Janeiro e Sampa. Já o  meu amigo Luiz Claudio Alba, também da rádio 79, tem a mania de dormir ouvindo música com seu fone de ouvido.
Meu amigo Zé Luiz Del Lama tem a mesma do Zeca Pa­godinho, ou seja, gostar de Brahma, e só toma de latinha, isso se esgotarem todas as opções possíveis. Martinha de Sá, jor­nalista, tem mania de colecionar coisas de botecos como folhetos, cartões, bolachas de chope... e coloca a data, com quem esteve e, às vezes, até de quanto deu a conta.
Tenho um amigo mineiro, bom contador de causos, tá com mais de quarenta e menos de cinquenta, posso falar com certeza que é um campeão de manias. Todo São João vai para São Sebastião do Paraíso, não tirou carta de motorista até hoje. Nos bares que frequenta, senta sempre na mesma mesa, mesma cadeira, só toma Skol, seus amigos são os mesmos da moci­da­de, faz sempre o mesmo caminho, seu barbeiro de trinta anos mor­reu, ficou oito meses sem cortar a juba, tudo isso eu descobri em dois minutos de papo. Imagina em meia hora...
Paro por aqui, afinal, mania é coisa que a gente tem, mas não sabe porque. Melhor mesmo é não tentar explicar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário