sábado, 9 de julho de 2011

Kauã chegou!!!


* Bueno
buenocantor@terra.com.br

E ele chegou, Kauã chegou. Kauã, que na língua indígena sig­­nifica “gavião”, após um voo de quase nove meses, pousou por aqui na noite de 14 de setembro, às 10h45, uma segunda-feira – mas que menino apressado!!! Apressado como atual­mente está este mundo que acaba de acolhê-lo, eu esperava por ele no inicio da primavera, mas ele veio no final do inverno. Que­ria que fosse libriano como eu, e ele me vem virginiano. E para não fugir à regra, como todos do seu signo veio com uma pres­sa louca.
O pequeno gavião chega para alegrar um apaixonado coração de avô, um coração de avô que está transbordando de tanto carinho, um coração de avô que abre portas e janelas para que esse pequeno pássaro faça seu ninho.
Nem bem ele chegou e já me preparo para estar em sua com­panhia, quero vê-lo crescer, acompanhar seus primeiros passos... Peço a Deus que me dê força suficiente para carregá-lo no ombro segurando sua mãozinha. É hora de revisitar antigas histórias que estão muito bem guardadas no velho baú de minha memória. Quero povoar sua pequenina cabeçinha de sonhos, quero ouvir seu riso de felicidade que só a pureza de uma criança pode nos proporcionar.
Ele nem sabe, mas já provocou mudanças tamanhas na minha vida. Ah! Kauã, que bom que você veio, tudo farei para que suas tardes sejam alegres, que suas noites sejam amenas e que suas manhãs tenham sabor de maçã.
Kauã, você bem que poderia esperar passar meu show, que aconteceu no dia 17, para chegar. Tinha marcado estúdio para ensaio com a banda nos dias 14, 15 e 16 e você resolveu quebrar a casquinha do ovo que te abrigava bem na noite do primeiro ensaio, que começaria às 22 horas, mas por volta das oito da noite lá estava eu no saguão da Maternidade Sinhá Junqueira em companhia da vovó, seu pai, seu irmão e uma galera de primos, tios e amigos na maior torcida. Sua chegada estava marcada para as 21h30, mas aquela noite parecia dia de jogo: campo lotado, nasceram 14 bebês (impressionante!!!). A torcida de todos era como a nossa, e cada um que nascia o telão anunciava ao vivo, e a galera vibrava como se comemora um gol. Essa foi a razão de seu atraso, mas tive que sair por compro­misso profissional.
Fui para o ensaio nem sei como, celular na mão, errava letras de músicas que estou cansado de cantar. Na verdade eu nem estava lá, estava com você, e quando cantava Borbulhas de Amor, isso por volta de 10h45, você se fez anunciar gritando bem alto: “Vovô!!! Cheguei!!!” Eu não me segurei mais.
Acabei o ensaio nem sei como e voei para junto de você. Juntei-me a outros avós e papais babando naquele visor com a certeza de era o mais bonito. Tentava chamar a atenção das enfermeiras dizendo que choravas, queria saber por que... quanto egoísmo de minha parte, sequer me dei conta de que eram muitos para apenas três enfermeiras cuidarem.
Fomos pra casa depois que sua mamãe foi para o quarto, muito feliz. Somente no domingo é que pude tê-lo em meus braços, e na nossa intimidade disse o quanto esperei por você e o quanto o amava. Kauã, espero que goste de música, que aprenda a tocar um instrumento e que faça canções, espero ainda que torça pelo time que eu, seu papai e seu irmão torcemos, pois um pequenino gavião você já é.

* Cantor e compositor

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