terça-feira, 6 de março de 2012

HISTÓRIAS E MANIAS DE ARTISTAS

Artista tem cada mania... Quem nunca ouviu pelo menos uma vez essa frase. E Por essa minha vivência no meio, posso relatar algumas que presenciei e ouvi.
Zé Ramalho é reconhecido pelo seu vozeirão grave. Na juventude teve bandas de Rock e contou numa entrevista que conversava com ETs em seus discos voadores.  Ele é tão místico que existe um cômodo em sua casa, que nem sua mulher entra. Só ele sabe o que tem lá dentro! O que será. O segredo é guardado a sete chaves... que ficam todas com ele!
Todos sabem que o talentoso Ed Motta é sobrinho do saudoso Tim Maia. O que muitos não sabem é que, quando esteve em Ribeirão Preto para um show, no contrato havia uma cláusula em que o cantor exigia vinte e quatro garrafas de cervejas estrangeiras. Duas de cada marca. Tive acesso à relação das marcas exigidas pela produção do Ed Motta. São nomes como Leffe, Hoegaarden, Tripel Karmeliet, Chimay, Duvel, entre outros nomes estranhos... Eram ao todo doze marcas. Os produtores tiveram trabalho para encontrá-las. Interessante é que no final da relação a qual guardo de lembrança até hoje, havia uma observação “proibido as marcas de cervejas Warsteiner e Heineken”! No mínimo é uma exigência inusitada, mas o que me deixou ainda mais intrigado é que fiquei sabendo de fonte confiabilíssima que o Ed Motta não bebeu nenhuma delas. Levou todas para o Rio de Janeiro. Das duas, uma. Ou é colecionador ou louco!
Minha querida amiga Rita Lee já vai mais longe! Exigiu cem toalhas brancas em seu camarim e tinham de ser de uma marca só, determinada por ela! O bichinho da curiosidade me comia por dentro! O que ela iria fazer com tantas toalhas?
E foi início o show na Esplanada do Teatro Pedro II, sem explicação que ela começou a jogar toalhas para o público. Entender o porquê da atitude... Coisas da rainha do rock!
O Jorge Ben, hoje Jorge Ben Jor por causa da numerologia exigiu uma cesta de frutas exóticas ao seu dispor. Também não comeu nenhuma! Mas as levou embora viu! Não deixou nenhuma no camarim!
Sem contar que quando está a caminho de um show e por acaso cruza com um gato preto no meio do caminho, o cancela sem precedentes. Isso já aconteceu!
Outro dado curioso é uma sacola cheia de frascos de alfazema. São usados nos camarins e nos palcos para, segundo o artista, espantar maus fluídos! Vai entender!
O Tim Maia deixou um verdadeiro legado de histórias para serem contadas.
 Seu nome de batismo era Sebastião Maia, aquele que falava assim “Não fumo, não cheiro e não bebo, mas minto um pouquinho”! Esse era o rei do barraco!
Na juventude seu apelido já era polêmico. Tião Maconheiro. Era uma época de ouro. Ele tocava com Erasmo Carlos no início do surgimento do rock no Brasil.
 Foi nessa época que Tim Maia resolveu ir embora para os Estados Unidos. Chegou a se naturalizar cidadão americano. Logo em seguida estourou a guerra do Vietnã. Uma penca de americanos natos ou naturalizados estavam sendo convocados.  É claro que Tim, americaníssimo foi convocado para combater nas selvas do Vietnã em nome da terra do Tio San. Mas é claro que o malandro, carioca da gema, não sei como, fugiu dessa roubada!
Desembarcou no Rio, é claro, perdeu a cidadania americana e virou desertor! Nunca mais pisou lá, não por que não queria, mas por que não podia! Era Persona non grata!

Logo em seguida estourou com a música “Primavera” e se transformou num dos maiores artistas da música popular brasileira.

Vale à pena contar mais histórias do Tim. Numa outra oportunidade, ao assinar um contrato com uma gravadora, recebeu como parte do pagamento um terreno na Barra da Tijuca. O bairro estava começando a ser formado. Detalhe, ele nem foi conhecer o terreno. Mas mandou construir lá! Para sua surpresa o engenheiro disse que se tratava de um terreno íngreme e seria preciso mais de dois mil caminhões de terra para aterrá-lo. Tentando buscar uma solução fácil, Tim perguntou ao engenheiro. “Como é o terreno ao lado” - ele respondeu” retinho”.  - “Então pode construir lá!” Autorizou o cantor.

Só sei que quando a construção estava pronta apareceu o verdadeiro dono. Imaginem o barraco que rolou!  E até antes do Tim morrer, o processo ainda rolava nos tribunais do Rio de Janeiro.

Tim Maia teve uma vida cercada de grandes feitos e muitas histórias inacreditáveis.
Essa aconteceu quando ele morava num condomínio e não tinha a simpatia dos vizinhos por causa das festas regadas a muita música e bebidas. Eram conhecidas também pelos “barracos”, baixaria mesmo! O TIM Maia era f...!
Foi por isso que seu amigo Jorge Ben Jor o homenageou na canção “W Brasil”. Foi nesse edifício onde ele não era muito querido não, que o artista cismou que o síndico teria que mudar uma escada de lugar! Vejam só! Mas é claro o síndico não atendeu seu pedido.
Articulador ardiloso, Tim Maia buscou uma solução para seu problema. Se entrasse numa disputa para a vaga de síndico do prédio, jamais seria eleito. Foi ai que, em comunhão com outro morador, seu amigo e fã que foi armado o esquema. O rapaz sairia como candidato a síndico e Tim Maia na chapa como subsíndico. Se ele ganhasse a eleição, deixaria o cargo e Tim Maia assumiria o posto e, finalmente, teria poder para mudar a escada de lugar. E não é que o plano deu certo!
Tim assumiu o cargo e sua primeira atitude foi destruir a escada que tanto o incomodava e construiu outra onde queria!
Daí Jorge Ben se inspirou e compôs “...tira essa escada daí. Essa escada tem de ficar aqui fora, eu vou chamar o síndico, Tim Maia, Tim Maia...”
Esse cara tem história pra contar, mas ai já é outra história!

Bueno – cantor, compositor

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