sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Passe uma tarde em Mongaguá

Bueno *
buenocantor@terra.com.br
www.buenocantor.blogspot.com
 
Parodiando o lindo samba de Toquinho e Vinicius de Morais, “Tarde em Itapuã”, e como vivi lindos dias em águas litorâneas, escrevo minha crônica narrando minha deliciosa viagem. Prevendo muito trânsito no dia 26 de dezembro, como acontece todos os anos, decidimos, eu e minha primeira-dama, antecipar nossa saída para o dia de Natal, 25 de dezembro. Carreguei o carro um dia antes deixando para a hora da saída as duas peças mais importantes: meu inseparável violão e minha caixa térmica carregadinha de água, refri e, lógico, aquela cervejinha carinhosamente coberta de gelo, pois queria chegar em terras praianas molhando a palavra.
O Astro-Rei despertou-me, dizendo: “Vamos, Buenão... Vamos lá. cara... Pé na estrada que vou brilhar pra vocês”. E lá fomos nós, saímos às oito e meia e eu que esperava encontrar a estrada vazia. Percebi que muitos tiveram a mesma ideia e invadiram a rodovia, principalmente na altura de Limeira, mas foi uma viagem superbeleza, a descida da serra transcorreu perfeitamente e aportamos na nossa linda colônia de férias às 12h50. Com duas rápidas paradas, fizemos o percurso em quatro horas e vinte.
Rapidamente acomodamos nossas tralhas num aconchegante apê, depois foi só atravessar a avenida. Só sei que às duas da tarde já picava meu cartão nas areias de Mongaguá, e de cara fui colocar meus pés no mar, que por sinal estava limpíssimo e numa temperatura deliciosa, nada lembrando a ultima vez que nele entrei, gelado...
A praia padronizou os quiosques e hoje eles estão bem instalados, entre coqueiros e palmeiras. Optamos por um de nome Quiosque da Galera, com jovens atenciosos nos atendendo com carinho. De cara, um deles, de nome Bruno, montou nosso guarda-sol e mandou ver o nosso primeiro pedido: uma porção de camarão à milanesa que por mais que tentemos fazer por aqui, não se iguala o sabor, sei lá porque, talvez por ser à beira-mar.
O Sol, que me prometeu seu brilho, agora o fazia com mais intensidade – dá-lhe protetor solar. Levando um lero com meu amigo Moura, bombeiro aposentado, ele disse que estava ali desde o dia 21 e não havia chovido nem um dia, e era justamente por isso que buscávamos, por vários finais de ano não tivemos a sorte de dar um bronze no corpo, sempre muita chuva, sequer imaginava que nesta nossa estada só pegaríamos chuvas passageiras apenas num final de tarde e numa noite. Foram oito dias sob o calor do nosso Astro-Rei.
Pude observar a preocupação da Polícia Militar com a segurança no entorno e nada de anormal aconteceu por ali, o mesmo não posso dizer dos valorosos bombeiros salva-vidas: a cada 200 metros, um deles sempre atento apitando e tirando das águas mais profundas banhistas afoitos. O helicóptero dava seguidos rasantes, também auxiliando seus parceiros da areia, e o barco inflável deles a todo o momento entrava mar adentro, só faltou pegar na mão de certos “manés”.
Embora a água estivesse límpida a ponto de se ver os pés a mais de um metro de profundidade, a areia escura daquele litoral sul nos impedia de vermos aquele mar azul que vemos na região de Bertioga, onde suas areias são tão branquinhas que mudam a cor do mar.
Fechei meu primeiro dia na praia com chave de ouro, pois entrei na roda com um alguns sambistas que, com surdo, cavaquinho, pandeiro e tamborim, mandaram ver um samba de responsa, desfilando o repertório de Paulinho da Viola, João Nogueira e outros bambas. Voltamos pro nosso apê com a alma leve como uma pluma.
 
* Cantor e compositor

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