sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Amigos comemoram aniversário de Sócrates

Amigos comemoram aniversário de Sócrates

'Quero morrer num domingo e com o Corinthians campeão', pediu Sócrates. E a vida o atendeu

23/02/2014 - 17:25
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Milena Aurea / A Cidade
O cantor e compositor Bueno, parceiro de Sócrates, canta no dia do aniversário do doutor, quarta-feira passada, na mesa de um bar de Ribeirão (Foto: Milena Aurea / A Cidade)
A falta que Sócrates faz provocou até um corte drástico na turnê nacional de Chico Buarque, este ano. Para evitar o vácuo da ausência do Magrão, grande parceiro de peladas e papos, Chico simplesmente tirou Ribeirão Preto da lista.
Chico não é o único que sente saudades. Na quarta-feira, 19 de fevereiro, três amigos, um deles dedilhando o violão, estão sentados em torno de uma mesa de bar, no Centro de Ribeirão. Comemoram, in memorian, o aniversário de Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, que completaria 60 anos de idade.
Falecido em 4 de dezembro de 2011, Sócrates está presente em forma de fotografia, que estampa seu rosto ainda jovem, nos tempos em que era ídolo da torcida do Corinthians, no início da década de 80. A mesa é uma homenagem ao ex-jogador, que costumava sentar-se ali. Até a toalha tem o distintivo do Corinthians. A mesa dedicada ao Doutor, no bar Brasília, nunca está vazia.
Quem dedilha o violão é Roberto Sebastião Bueno, o Bueno, 66 anos, policial rodoviário aposentado, músico e parceiro de Sócrates em várias composições transformadas em CD.
Alfredo Monteiro de Castro Neto, o Frê, costumava jogar xadrez com Magrão. O outro é Emerson Egito, colega dos tempos de Marista. Entre eles, uma certeza rigorosa: se vivo, Magrão iria fazer uma grande festa. Convidaria Lula, Chico Buarque, Paulo César Pereio, o cronista Xico Sá, Wladimir, Juca Kfoury, Mazinho Chubaci Neto e dezenas de amigos. Menos o ex-goleiro Leão, que combatia a Democracia Corinthiana. “O Leão jogava muito, mas nosso genoma não bate”, brincava.
Como Sócrates não está entre nós, Bueno trata o caso à sua moda. “Tem gente que vem ao mundo, dá o seu recado encantador, breve, e vai embora. Com Sócrates foi assim”, disse.
Uma cerveja é aberta e, em brinde, oferecida ao Doutor.
Inesquecível para torcedores do Botafogo, Corinthians e imortalizado como capitão da seleção brasileira em duas Copas, Sócrates morreu aos 57 anos. Foi enterrado no cemitério Bom Pastor, às 17h, no mesmo dia em que o Corinthians sagrou-se campeão brasileiro.
Com a morte de Sócrates, Ribeirão Preto perdeu também seu grande embaixador. Cantores, músicos, escritores, jornalistas, atores e atrizes que passavam por aqui, faziam questão de convidá-lo para um chope no Pinguim. Convite que ele aceitava com grande prazer.
Um especial de uma hora sobre o craque, na TV, mostrou, no mesmo dia de seu aniversário, que o Corinthians foi o solo onde “plantou sua utopia”. Ali, no contato com a bola, “fez discursos, escreveu poesias, músicas e manteve o seu sonho sempre vivo”. A frase é de Gustavo, filho do craque. Merece crédito.

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