sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O meu velho pai

Bueno *
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Sempre agradeço a Deus por colocar em minha vida amigos maravilhosos, e o mais recente acaba de se tornar também meu parceiro. Trata-se de Nando Antunes, escritor, poeta, carioca da gema e ex-craque dos gramados. Nando vem de uma família de boleiros, todos irmãos tratavam com carinho “sua majestade a bola”, principalmente seu mano mais novo, Zico, o Galinho de Quintino, craque do Mengo.
Nando lançou seu livro Futebol e Ditadura aqui em Ribeirão Preto e fui a sua palestra. Fomos apresentados, mas pouco nos falamos. Depois li a crônica dele na revista O Berro e adorei aquele seu jeito cheio de ginga de escrever, bem ao meu estilo.
Eu estava compondo uma música para meu pai, a partir da fala de Diogo Nogueira num CD que ganhei do meu amigo Fre, e no final da primeira faixa, Espelho, Diogo fala da saudade do pai João Nogueira de uma forma que me deixou arrepiado. A fala é “Ô meu velho pai”. Compus a melodia e comecei a desenvolver a letra.
Na Feira do Livro de Ribeirão Preto deste ano, cruzei com Nando Antunes e na maior cara de pau perguntei a ele se encarava ser meu parceiro nessa empreitada. E ele, muito receptivo, disse ter um poema que havia escrito para seu pai e que me mandaria por e-mail, talvez até viesse de encontro ao que procurava.
Adorei o poema, montei a letra usando palavras e versos inteiros e ela ficou linda. Lembro-me que quando terminei, cantei-a várias vezes para minha esposa ouvir, daí peguei meu violão, liguei para Nando no Rio de Janeiro, eram quase onze da noite e por telefone mostrei a meu parceiro nossa primeira obra.
Julio Fejuca, do Grupo Sambô, meu afilhado vai fazer o arranjo e tocar na gravação. Era pra sair antes dos Dia dos Pais, mas ele está muito ocupado com shows pelo Brasil, não lhe sobrou tempo, vou vivendo a expectativa de ver tudo finalizado. O Dia dos Pais está ai, será domingo próximo, daí ofereço a vocês que leem minhas crônicas semanais a letra da nossa música.

Ô meu velho pai
(Bueno e Nando Antunes
Junho de 2013)

Ô meu velho pai
Trago em meu peito o orgulho maior
Que é ter nascido filho seu

Ô meu velho pai
Sigo a risca todos os conselhos que
Você me deu

Ô meu velho pai
Caminhando ao seu lado sentia ter a proteção
Do nosso pai maior
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Sua mão no meu ombro
Um afago na cabeça
A verdade em seus olhos
Diziam meu filho não esqueça
Procure ser pros seus filhos
O pai que fui pra você

Tenha bons amigos
Eles são pedras preciosas
Que o coração encontra
E que devemos lapidar
São eles que irão te dar colo
Quando precisar

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Ô meu velho pai
Obrigado por fazer de mim
O homem honrado que sou

Ô meu velho pai
Quem foi um bom filho
Na certa será um bom avô

Ô meu velho pai
Sei que aí de onde está
Você estará sempre a me ajudar

Por mais que a vida me mude
Não te esqueço um só momento
É um amor tão forte, tão grude e tão presente
Os momentos lindos que vivemos
Em minha mente vou guardar

A vida passou voando
E o tempo até ajudou
A saudade muito presente
Meus cacos até colou
Fique tranquilo meu pai
Que o espelho não vai se quebrar

O espelho não vai se quebrar
O espelho não vai se quebrar
O espelho não vai se quebrar

* Cantor e compositor

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