domingo, 16 de junho de 2013

Apelidos... quem não tem???

* Bueno
buenocantor@terra.com.br
www.buenocantor.blogspot.com

Taí uma parada legal: apelidos. Legal porque quanto mais o cara apela, mais a coisa pega. Muitas vezes a pessoa ganha o apelido por uma mania que ela tem e talvez nem a perceba, mas tem cara antenado que saca logo a figura e vai logo lhe chamando disso ou daquilo. Quando se dá conta, surge mais um apelido. E olha que existem apelidos perfeitos, desses que casam perfeitamente com o personagem.
Tem apelido que pega fácil, quase que natural, surge do nada, mesmo que a pessoa não apele, quando vê já pegou, às vezes é um apelido até carinhoso. Meu amigo Tião do Violão, quando garoto na Vila Tibério, jogava bola no campo do Guana­bara, onde hoje é uma escola, ali na rua Borba Gato. Muitos cavalos pastavam naquele imenso gramado e ele era magrelo de pernas compridas, corria muito, ganhou fácil o apelido de “Galopão”, lembrando o galope de um cavalo. Ainda hoje, quando estou com ele e cruzamos com seus antigos amigos, alguns ainda lhe chamam assim, “Galopão”.
Vejam este apelido: “Botão”... Um gaúcho representante de uma multinacional estava de passagem por Ribeirão Preto e fez amizade com a gente numa roda de prosa no Empório Brasília. Quando entrou o assunto apelido, ele riu muito e contou que quando serviu o Exército, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, lá tinha um oficial daqueles bem “caxias” que quando via um recruta com algum botão da farda desabotoado, além de lhe chamar atenção, botava a tal falta no papel e o recruta dançava feio.
No meio militar, recruta carrega a imagem de só aprontar, e logo apelidaram o oficial de “Botão”. A noticia esparramou pelo quartel e o homem, quando soube, ficou muito bravo. O apelido ia pegando cada vez mais. O gaúcho disse que o oficial chegou até a pedir transferência de quartel, porque esse negócio de “botão” passou a ter dois sentidos (rsrsrsrsr).
Paulinho da Viola, nosso grande sambista, no dia seguinte de seu show aqui na cidde, tomando chope com nossa turma num churrasco, disse que quando estava gravando seu maior sucesso, “Foi um rio que passou em minha vida”, um músico chamado Luizinho tocava pandeiro na gravação, e quando Paulinho cantava no estúdio o seu samba, Luizinho disse uma palavra que não estava na letra original, justamente na parte em que Paulinho dizia “porém”. Luizinho achou que faltava alguma coisa e mandou ver um “aí, porém”. Todos gostaram da sacada do músico e o apelidaram de “Luizinho Porém”... Coisa de carioca...
Vejam esse apelido: “Cajuzinho”. Quem o ganhou foi um bombeiro com pinta de galã, ele era do tipo saradão, pois fazia muitos exercícios diários, só que tinha um problema: “Cajuzinho” não aceitava o passar do tempo que lhe branqueou os cabelos e tascava no “telhado” uma tinta que fazia aquela lambança de cor amarelada. Os amigos não perdoaram, daí tascaram-lhe o apelido de “Cajuzinho”... Quando soube, ficou uma fera... e “Cajuzinho” pegou.
Meu amigo Cabral conta que quando fazia escola da Policia Militar em Taubaté, isso faz mais de 40 anos, tinha alguns exercícios que exigiam um certo preparo físico, principalmente de braço. Entre os recrutas tinha um que não acompanhava os demais de jeito nenhum, até porque era meio gordinho, daí lhe apelidaram de “Chumbão”, meu!!! Quando alguém lhe chamava de “Chumbão”, ele queria quebrar todo mundo no braço... Não teve jeito: o apelido pegou fácil: “Chumbão”.
Um amigo que serviu no quartel da Aeronáutica de Piras­sununga conta sobre um recruta que, ao levantar o braço pra fazer educação física, espantava todo mundo porque exalava um cheiro do sovaco que fazia desmaiar a recrutada. Ele ganhou o apelido de “Leão”. E eu nem sabia que leão cheirava a cecê... Apelidos temos aos montes, prometo revelar aqui mais alguns.

* Cantor e compositor 

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