* Bueno
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Para você que está acostumado a ler minhas crônicas e ainda não conhece o Rio de Janeiro, como eu até um mês atrás, convido-o a acompanhar-me neste passeio que até pode lhe servir como uma preciosa dica.
Acho que ir de avião é mais viável, pois em uma hora estará em terras cariocas. Procure sempre os táxis de cor amarela, eles são de uma cooperativa, cobram preços justos e transportam quatro pessoas. Fiquei em Copacabana e, duas ruas paralelas à avenida Atlântica, fica a avenida Nossa Ssenhora de Copacabana, onde passa ônibus que o levará para qualquer lugar do Rio de Janeiro. Três quarteirões depois também tem um metrô que cruza a cidade toda.
Usei todos estes meios de transportes quando lá estive. O metrô fez a alegria das mulheres, pois tem parada na entrada do Saara, uma espécie da nossa 25 de Março, em São Paulo. O Saara tem um tamanho descomunal, é a maior muvuca, amigo!. Elas foram lá por duas vezes em quatro dias...
Nós já tínhamos conhecido o Redentor, faltava o famosíssimo Pão de Açúcar e seu bondinho dependurado em cabos de aço. De repente estávamos no ponto aguardando o ônibus 407 (Urca), que nos deixou na casa do bondinho. Tudo muito organizado, com camelôs gritando: “Olha a água, aqui em baixo é dois reais, lá em cima é cinco!” E ele falava a verdade, lá em cima tudo é muito mais caro.
Sessentões brasileiros pagam meia, e a lotação do bondinho é de 50 pessoas. Não tem banco, mas corrimão para apoio, balança um pouco, mas nada que possa nos colocar medo. Para subir ele vai no maior pau e para no primeiro estágio, que de baixo parece pequeno, mas quando lá chegamos fiquei deslumbrado com uma estrutura que sequer imaginava. Tem heliporto para voos panorâmicos, bondinho aposentado para se tirar fotos, estátuas dos engenheiros que construíram tudo, tem bares e lojas, tem salão de festa muito chique, tem também uma casa de shows em forma de arena, com camarotes muito sofisticados...
Fui conhecê-la e conversar com o pessoal do som que montava o equipamento para o show de Maria Gadu e Jorge Bem Jor. Veja bem, tudo isso no topo do morro. Perguntei se eles sabiam onde morava Roberto Carlos ali na Urca, um deles muito prestativo acompanhou-me até a guarda de proteção, apontou a estátua de uma santinha sobre uma enorme pedra cem metros dentro do mar e disse que o Rei morava em frente. Nossa visão estava encoberta por árvores, e o homem disse que no segundo estágio eu poderia ver melhor.
Aboletamos no bondinho morro acima e lá chegando parecia estar viver um sonho por causa da tamanha beleza. É tão alto que podíamos ver Copacabana bem pertinho, o Redentor, o Aeroporto Santos Dumont em que descemos, a Ponte Rio Niterói e a cidade de Niterói todinha, a região dos lagos, a Marina da Glória com seus barcos e iates sofisticados, centenas de navios gigantes...
Fui até o gradil de proteção de onde também se via todo o bairro da Urca. Dali visualizei a santinha e, em frente a ela, a casa do Roberto Carlos, bem ao lado de uma igreja onde ele frequenta missas. Nessa parte mais alta do Pão de Açúcar também tem várias lojas, bares e restaurantes bem aconchegantes, uma estrutura de primeiro mundo para receber turistas de todas as línguas.
Lá naquela altura convidei meu cunhado Junqueira para molhamos a palavra admirando aquela magnífica obra do criador.
Demos um tempo e começamos a operação descida, bondinho lotado, o piloto disse que a descida tem que ser maneira, nada de correr, fiquei observando-o apertando botões, segurando no freio, tudo muito rápido e logo estávamos em terra firme. Olhava nos olhos das pessoas que pareciam estar adocicadas de tanta felicidade. O Pão de Açúcar adoça os olhares do mundo e adoça o seu Rio de Janeiro.
* Cantor e compositor
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